A palavra balneabilidade foi muito ouvida durante a temporada de verão em Santa Catarina, já que grande parte das praias mais badaladas estiveram impróprias para banho em algum momento. Só que o problema não é apenas uma questão de saneamento básico.

Há outros fatores para uma praia se tornar imprópria para o banho, como drenagem das ruas (bocas de lobo em galerias de águas pluviais) e desassoreamento dos rios (remoção de sedimentos) para evitar que eles transbordem. Chuvas torrenciais lavam as vias e podem contaminar os rios que desaguam no mar com dejetos e detritos.

No que diz respeito ao esgotamento sanitário, propriamente dito, o que poucos sabem é que todos os efluentes despejados na natureza, em especial aqueles que chegam ao mar, passam por um processo de tratamento chamado “terciário”. Mas na prática, o que isso significa?

De uma maneira simples, todo o esgoto que chega nas estações de tratamento passa por três etapas. Na primeira, os poluentes como esgoto doméstico, óleo de cozinha e todo o lixo levado pelas chuvas ou descartado inadequadamente precisam ser removidos em grades para a retenção do material grosseiro e caixas de areia para a sedimentação deste material. Logo depois, acontece a remoção da matéria orgânica poluente em grandes tanques, pois é consumida por microorganismos.

Por fim, na terceira etapa, ou terciária, ocorre a desinfecção das águas residuais já tratadas para remoção de organismos que causam doenças. Após essas três etapas, o efluente é devolvido à natureza sem interferir na balneabilidade nas regiões litorâneas e sem alterar as características dos mananciais como os rios. Isso é possível graças ao trabalho de tratamento do esgoto em três etapas que consegue remover cerca de 90% a 98% dos poluentes.

Mas para que esse tratamento aconteça, a residência precisa estar ligada corretamente à rede coletora de esgoto, garantindo que o despejo não seja feito diretamente nas galerias de águas pluviais.

Ligação correta e conscientização da população

A ampliação das conexões aos sistemas coletores é essencial, e o investimento no saneamento significa a solução de problemas ambientais. Por outro lado, ações simples do dia a dia também são importantes para garantir um tratamento de esgoto adequado:

  • Não descarte lixo no vaso sanitário, nem mesmo papel higiênico. O despejo de materiais causa o entupimento das redes de esgoto e comprometem o bom funcionamento das estações de bombeamento.
  • Mantenha os ralos de chuveiro, pia e tanque sempre limpos, assim material sólido não será levado para o sistema de esgoto.
  • Não despeje óleo de fritura na pia, pois a gordura fica sólida quando esfria, causando obstrução da rede de coleta.
  • Recolha o resto de óleo de cozinha em recipientes descartáveis e entregue em pontos de coleta para reciclagem.
  • Em residências, verifique periodicamente a caixa de gordura, e se houver excesso de material incrustado, providencie a limpeza. O resíduo sólido deve ser descartado no lixo comum, em sacos plásticos.
  • Nunca ligue calhas e ralos que recebem água da chuva na rede de esgotos. Nem a rede de coleta, nem a estação de tratamento, são dimensionadas para receber essa água.
  • Nunca despeje líquidos inflamáveis como querosene, gasolina e solventes na rede de esgotos, pois isso pode causar explosões.

Com todas essas dicas, sabendo a importância da ligação correta da sua casa na rede de esgoto, e o apoio municipal para viabilizar essa conexão, fica mais fácil chegar a um tratamento adequado. Ainda, garante a pureza dos efluentes que retornam à natureza.

Matéria da SCC10

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