O escorpião-amarelo tem sido o terror na vida dos moradores de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, nas últimas semanas. As aparições do animal têm aumentado no município, o que preocupa a Secretaria Municipal de Saúde.
A Vigilância Epidemiológica informou que os principais relatos têm sido em ambientes domésticos, ou seja, casas e apartamentos, o que motivou o órgão a recomendar algumas medidas preventivas para moradores:
- Manter quintais e jardins limpos, evitando o acúmulo de folhas secas e lixo.
- Acondicionar o lixo domiciliar em sacos plásticos ou recipientes fechados. Evitar descartar lixo em terrenos baldios.
- Realizar a limpeza de terrenos baldios situados cerca de dois metros ao redor dos imóveis.
- Eliminar fontes de alimento para baratas, aranhas, grilos e outros animais invertebrados que servem de alimento para os escorpiões.
- Evitar criar ambientes propícios para o abrigo de escorpiões, como entulho de obras, superfícies sem revestimento e locais úmidos.
- Remover periodicamente materiais de construção e lenha armazenados, evitando acúmulo excessivo.
- Preservar inimigos naturais dos escorpiões, como aves noturnas (corujas, joão-bobo), pequenos macacos, quatis, lagartos, sapos e gansos (note que galinhas não são eficazes agentes controladores de escorpiões).
- Evitar queimadas em terrenos baldios, pois podem desalojar os escorpiões.
- Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros.
- Manter as fossas sépticas bem vedadas para evitar a passagem de baratas.
A Secretaria ainda complementa que está tomando todas as providências necessárias, realizando buscas ativas e ações educativas de prevenção para diminuir os incidentes com esse animal.
Biólogo explica sobre escorpião-amarelo
O biólogo Jackson Preuss fala que o escorpião-amarelo, de nome científico Tityus serrulatus, tem se adaptado muito bem em ambientes urbanos. “Isso é um problema muito grande”, comenta.
Outra questão que Preuss pontua sobre a adaptação do escorpião na cidade é que ele costuma viver no meio do entulho, com acúmulo de matéria orgânica.
“Por ele se alimentar de insetos, dependendo da época do ano, acaba tendo um crescimento populacional muito grande. Esses escorpiões têm uma média de 20 a 30 filhotes em cada período reprodutivo”, explica.
Sobre o aumento na incidência do escorpião-amarelo, o biólogo salienta que o aparecimento é influenciado pelo aumento das temperaturas e das chuvas, pois assim, precisam procurar abrigo, “e nesse deslocamento que ocorrem muitas vezes esses encontros ocasionais”.
Jackson orienta que caso alguém encontre em casa, é importante ter muita cautela na hora de retirar o animal.
“A orientação é chamar algum órgão responsável, como Bombeiros ou até mesmo a Polícia Militar Ambiental, para evitar algum tipo de acidente, porque pode ser bem grave”.
Ele salienta que entre as espécies no Brasil, o escorpião-amarelo é o mais perigoso, principalmente porque há registro de morte causada por esses animais.
Fonte: ND+