O novo mês que começou nesta segunda-feira (1º) e os próximos dois, que vão marcar o auge do inverno, podem ter o registro de diferentes fenômenos em Santa Catarina, desde temporais até neve e estiagem. Esse é o alerta do Fórum Climático, grupo de meteorologistas que se reúne mensalmente para fazer a previsão do trimestre.
Para julho, os modelos meteorológicos indicam que a chuva pode ficar acima da média nas regiões litorâneas e no Vale do Itajaí. Nas demais, a precipitação deve ficar ligeiramente abaixo do esperado para o mês.
Já em agosto e setembro, a previsão é que chova dentro da média ou até abaixo em todo o Estado. Durante o inverno, alguns episódios de chuva podem vir na forma de temporais com raios, granizo e ventania. Porém, os dias consecutivos sem “tempo fechado” trazem outro alerta: há chances de períodos de estiagem na época mais fria do ano.
Em relação às temperaturas, a previsão continua sendo de um inverno, em geral, “mais quente”: perto ou acima da média climatológica. Isso não significa que não haverá dias bem frios, a exemplo do último fim de semana. Tanto que a passagem de massas de ar do Polo Sul deve trazer momentos gelados a Santa Catarina, com geada e até neve na região serrana.
“A maior parte dos episódios de frio serão de pouca duração, com poucos dias consecutivos de frio mais intenso, que seguirão intercalando com períodos mais aquecidos. Esses períodos podem ser de temperatura próxima ou acima de 30ºC, caracterizando os veranicos”, escreveram os meteorologistas da Epagri, Defesa Civil do Estado, IFSC, AlertaBlu e UFRGS.
O El Niño já deu lugar ao período de neutralidade no oceano. A tendência é que um La Niña se forme entre o final do inverno e a primavera.
El Niño e La Niña
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño é o nome dado ao aumento na temperatura da superfície da água no Oceano Pacífico, fazendo ela evaporar mais rápido. O ar quente sobe para a atmosfera, levando umidade e formando uma grande quantidade de nuvens carregadas.
Com isso, no meio do Pacífico chove mais, afetando a região Sul do Brasil, pois a circulação dos ventos em grande escala, causada pelo El Niño, também interfere em outro padrão de circulação de ventos na direção norte-sul e essa interferência age como uma barreira, impedindo que as frentes frias, que chegam pelo Hemisfério Sul, avancem pelo país.
Logo, elas ficam concentradas por mais tempo na região Sul.
O contrário, o resfriamento dessas águas, é chamado de La Niña. Normalmente, o El Niño perde força, a temperatura no oceano volta ao “normal” — o chamado período de neutralidade — e gradativamente vai ficando mais fria, entrando no La Niña. Os efeitos do La Niña para Santa Catarina são o oposto do outro fenômeno, já que as chuvas caem em menor volume no Estado.
Fonte: NSC