Mais de 650 pessoas e quase 100 animais que estavam ilhados ou em situação de risco foram resgatados por catarinenses que dão apoio ao Rio Grande do Sul desde a última quarta-feira (1º). Uma força-tarefa com mais de 30 homens, 11 embarcações, 10 viaturas e um helicóptero atua para auxiliar as vítimas da tragédia que assola o estado vizinho.

Além deles, um grupo de empresários ainda mobilizou 16 aeronaves para levar doações às cidades mais atingidas. Outros civis voluntários também prestam apoio, seja atuando diretamente com os afetados, seja colaborando com simples donativos.

Giuliano Bagattini atua como diretor de Comunicação em uma empresa em SC e está como tripulante resgatista nas aeronaves. Ele cita um “volume nunca antes visto” de helicópteros fazendo resgates e descreve o cenário no Rio Grande do Sul:

— A cada 15, 20 minutos, está chegando aeronave e descendo cinco, seis pessoas. Acamados, idosos, muita gente. Isso para mim me impactou muito, porque é uma operação muito grande, nunca vista antes — disse em entrevista à NSC TV.

Mesmo voluntários que já estão acostumados a lidar com situações de desastres climáticos se surpreendem com o cenário enfrentado no Rio Grande do Sul. Com mais de 300 cidades afetadas e 57 mortes registradas até a noite deste sábado (4), é necessário lidar tanto com os contratempos, como também com a emoção.

— Apesar de já termos lidado com outras situações em outras localidades, aqui a região foi bastante afetada, então o que estamos presenciando aqui é uma experiência infelizmente única. Muitas perdas, lavouras destruídas. Podemos comparar com o que acontece nos Estados Unidos quando passam furacões. Não sobrou nada. Onde a água passou, arrastou tudo — descreve Edson Roberto Shmidt, que atua na tragédia com Planejamento e Logística.

Enquanto a força-tarefa acontece no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina centenas de campanhas de arrecadação foram organizadas por entidades pública e privadas. A Cruz Vermelha, por exemplo, recebe doações em Florianópolis. Um doador ouvido pela reportagem da NSC atravessou toda a Ilha de SC para levar itens para o estado gaúcho:

— Separei casaco, calça, lençol, roupa de cama, o que sabemos que as pessoas estão precisando, né? Nunca fui lá [ao Rio Grande do Sul], mas acho que com o frio as pessoas precisam de algumas roupas mais quentes também.

— Nós não estamos livres de que aconteça algo com a gente, mas graças a Deus não aconteceu. Mas já que nossos irmãos [gaúchos] estão vivendo isso, temos o dever de ajudar — relata Gessé Kazmirski, influenciador digital de Joinville.

— Sempre temos alguma coisa em casa. Roupa, calçada, alimento. Tudo que podemos contribuir, tem que ser feito. A hora é agora.

Fonte: NSC

ntcgroup