Você usa o Facebook com frequência? Ou pelo menos tem conta na rede social de Mark Zuckerberg? Então fique ciente de que seus dados pessoais, hábitos de compras e demais informações estão sendo rastreados, provavelmente, por mais de 2 mil empresas.

Um estudo chocante revelou que, em média, os dados de cada usuário do Facebook são rastreados por cerca de 2.230 empresas, com um caso extremo envolvendo quase 48 mil companhias diferentes. Nos próximos parágrafos darei mais informações sobre este estudo e o que ele descobriu.

Realizada pela Consumer Reports com a colaboração do site investigativo The Markup, a pesquisa analisou informações pessoais de 709 usuários do Facebook, abrangendo os últimos três anos. Eles descobriram que um total de 186.892 empresas contribuíram para o vasto arquivo de dados da rede social.

Esta prática, conhecida como “microtargeting“, permite às empresas direcionar anúncios para perfis específicos de usuários. A Meta, empresa controladora do Facebook, oferece uma plataforma de publicidade onde empresas podem carregar informações pessoais e hábitos de compra dos clientes.

Estes dados são usados para servir anúncios direcionados não só a indivíduos específicos, mas também a outros com perfis similares. Surpreendentemente, metade das empresas listadas no estudo direcionou suas campanhas publicitárias para apenas um dos participantes, evidenciando a precisão do microtargeting.

Como eu também trabalho com o gerenciamento de anúncios online, eu conheço muito bem a precisão da plataforma de anúncios da Meta. Existe um tipo de público conhecido como público “Semelhante”. Para chegar nesse tipo de público, nós precisamos apenas fazer o upload dos dados de quem já é cliente. Daí a Meta pega esses dados e cria um público com um perfil semelhante ao de seus clientes. É impressionante como os resultados dos anúncios veiculados para o “público semelhante” é satisfatório.

A pesquisa também destacou a prevalência de data brokers, empresas especializadas na coleta de dados pessoais ou corporativos, nesse ecossistema de dados. Entre os participantes do estudo, 96% tiveram suas informações compartilhadas por um data broker chamada LiveRamp.

Além disso, grandes varejistas como Amazon, The Home Depot e Walmart também apareceram na lista, juntamente com uma surpreendente representação de pequenas empresas. Ou seja, não é uma simples coincidência que ao pesquisar por uma geladeira você comece a ver propagandas da Amazon em tudo que é canto. Um exemplo notável foi uma concessionária de carros em uma cidade texana de 24.665 habitantes que sozinha cobriu 10% dos voluntários do estudo.

Os resultados deste estudo ressaltam não apenas a magnitude da coleta de dados realizada através do Facebook, mas também a intrincada rede de empresas envolvidas. Desde grandes corporações até pequenos negócios, uma vasta gama de entidades está aproveitando os dados dos usuários para fins de publicidade direcionada.

Embora a Meta tenha defendido suas práticas, alegando oferecer diversas ferramentas de transparência para que os usuários possam entender e gerenciar como suas informações são usadas, o estudo levanta questões críticas sobre privacidade e o uso de dados pessoais na era digital.

A Consumer Reports, com base nesses achados, propôs políticas para melhorar a privacidade dos usuários, como a adoção de estratégias de “minimização de dados” pelas empresas, ou seja, coletando apenas informações estritamente necessárias e melhorando a transparência dos dados.

Via RWTV com fonte: Consumer Reports, The Markup e The Verge

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