O relatório divulgado pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, nesta terça-feira (9), confirmou que 2023 foi o ano mais quente já registrado no planeta.
Na média, a temperatura do ano esteve 1,48 ºC acima dos níveis atingidos no período pré-industrial, de 1850 a 1900. Ou seja, assustadoramente próximo do limite de 1,5 °C acima da média, estabelecido no Acordo de Paris, como seguro para evitar as consequências mais graves do aquecimento global.
De acordo com as informações do Copernicus, 2023 também ficou marcado como o ano em que, pela primeira vez, todos os dias tiveram temperatura 1 °C mais alta que o nível pré-industrial. Quase metade dos dias foram 1,5 °C mais quentes e, além disso, dois dias em novembro tiveram média 2 °C mais alta.
O sistema mantido pela União Europeia mostra também que todos os meses de junho a dezembro foram mais quentes que os seus correspondentes em 2022.
De acordo com o relatório, a média anual da temperatura do ar foi mais alta ou próximo disso em partes consideráveis de todas as bacias oceânicas e de todos os continentes, exceto a Austrália.
“Dois mil e vinte e três foi um ano excepcional, com os recordes climáticos caindo como dominós. (…) As temperaturas durante 2023 provavelmente excedem aquelas de qualquer período pelo menos nos últimos 100 mil anos”, afirma a diretora adjunta do Copernicus, Samantha Burgess.
Para Carlo Buontempo, diretor do órgão, os dados do relatório fornecem um “testemunho dramático” de quanto estamos longe do clima em que nossa civilização se desenvolveu.
“Isso tem consequências profundas para o Acordo de Paris e todos os esforços humanos. Se quisermos gerir com sucesso a nossa carteira de riscos climáticos, precisamos urgentemente descarbonizar a nossa economia, utilizando simultaneamente dados e conhecimentos climáticos para nos prepararmos para o futuro”, declarou Buontempo.
Luis Roberto Toledo/Canal Rural