O câncer de mama é uma preocupação de saúde global que afeta a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. A boa notícia é que a conscientização e a compreensão dos fatores de risco desempenham um papel fundamental na prevenção e no diagnóstico precoce dessa doença.

A doença não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver o câncer de mama, incluindo alguns hábitos de vida. Por isso, a mastologista Clarissa Amaral traz algumas dicas para prevenir a doença.

Fatores de risco para o surgimento do câncer de mama

É possível fazer algumas pequenas mudanças no dia a dia que contribuem não só para a prevenção do câncer de mama, mas de diversas outras doenças também, evitando:

Abuso de álcool

O consumo excessivo e regular de álcool está relacionado ao aumento do risco de câncer de mama. O álcool pode interferir na absorção de nutrientes essenciais, como a vitamina B, além de trazer prejuízos para o DNA e mais riscos de inflamações.

Desequilíbrio emocional

O estresse crônico e o desequilíbrio emocional podem afetar negativamente o sistema imunológico e a saúde geral do corpo. Por isso a atenção com a saúde mental também é importante para evitar o câncer de mama.

Sedentarismo

“Exercício físico regular diminui a chance de desenvolver câncer de mama em 26%, e nas pacientes com câncer, diminuiu a chance de morrer pelo câncer em 46%”, afirma Clarissa. O exercício físico regular ajuda a manter o peso e a reduzir o estresse, além de melhorar o sono, a flexibilidade e o equilíbrio.

Obesidade

O excesso de peso, especialmente após a menopausa, pode levar a um maior risco de câncer de mama. Isso ocorre porque o tecido adiposo também produz estrogênio, e níveis elevados desse hormônio podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de mama.

Uso de hormônios indiscriminadamente

O uso de terapias de reposição hormonal, sem supervisão médica adequada, pode aumentar o risco de câncer de mama. Por isso é essencial discutir os riscos e os benefícios desse tipo de tratamento com um profissional de saúde.

Além disso, existem outros três fatores que não são mutáveis, mas podem contribuir para o aparecimento de um câncer de mama.

Primeira menstruação precoce: o início do ciclo menstrual em uma idade muito jovem pode aumentar o risco de câncer de mama, porque o tecido mamário ainda está em desenvolvimento quando passa a receber mais influências hormonais.

Menopausa tardia: ter a menopausa em uma idade mais avançada está associado a um risco ligeiramente aumentado de câncer de mama. Isso porque os ovários continuam a produzir estrogênio por um período mais longo e o estrogênio continua estimulando o crescimento de células mamárias, incluindo células cancerígenas.

Não ter filhos ou não amamentar: as mulheres que nunca tiveram filhos ou que não amamentaram têm um risco ligeiramente maior de câncer de mama. A explicação para isso também está relacionada ao estrogênio, que diminui com a amamentação.

“O histórico familiar só é fator de risco em cerca de 8% a 12% dos casos, que são as mutações genéticas”, comenta a mastologista.

Mesmo assim, quando há alguém na família com câncer de mama é indicado iniciar controle por meio de mamografia dez anos antes do diagnóstico delas. “Por exemplo, se a mãe teve câncer de mama aos 40, a paciente deve iniciar o rastreamento aos 30”, explica.

No geral, a realização da mamografia anual no Brasil é lei e o acompanhamento deve ter início aos 40 anos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ou por planos de saúde.

A partir dos 20 anos já é recomendado que todas as pessoas com seios realizem autoexame de toque, preferencialmente na semana depois da menstruação, quando o corpo está menos inchado.

Para aquelas que não menstruam, a recomendação é escolher um dia fixo no mês para fazê-lo. No autoexame é importante para identificar nódulo no seio ou mudança na textura da pele mamária. Conforme a mastologista, com a alteração, a pele da mama fica parecida com a casca de laranja.

Mamas retraídas (abauladas), saída de secreção transparente (como água) ou sangue pelo mamilo, feridas que não cicatrizam e inversão do bico do seio são outros sinais para ficar de olho.

Informações de ND+

ntcgroup