A crise climática continua resultando em recordes negativos para o meio ambiente. Dados do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC, em inglês) apontam que, em 10 de setembro, o gelo marinho na Antártida atingiu o nível mais baixo já registrado desde 1979, cobrindo apenas 16,96 milhões de quilômetros quadrados.

O resultado é fruto do baixo crescimento de gelo, que desacelerou consideravelmente em agosto, mantendo uma diferença de quase 1,5 milhão de quilômetros quadrados entre 2023 e 1986 – o segundo ano com registro mais baixo por satélite (1,03 milhão). Esta é a primeira vez que a extensão do gelo marinho não ultrapassa 17 milhões de quilômetros quadrados.

Segundo os pesquisadores, embora as condições meteorológicas, como ventos e temperatura, controlem grande parte das variações diárias na extensão do gelo, a tendência de queda de longo prazo é evidente. A maioria das pesquisas sugere que as mudanças no conteúdo de calor do oceano próximo à superfície são responsáveis pelo crescimento lento de gelo.

“Extremos semelhantes em padrões climáticos de longa duração estão implicados nas extensões de gelo geralmente baixas de 2022. No entanto, acredita-se que essa excursão mais recente, iniciada em maio de 2023, e a persistência geral da baixa extensão do gelo marinho perto da Antártida desde 2016, estejam agora ligadas ao aquecimento na camada oceânica mais alta causado pela mistura lateral e ascendente de água mais quente”, disse o NSIDC.

O cenário acende um alerta entre os cientistas. Isso porque o Oceano Antártico e o gelo marinho são um componente importante do equilíbrio energético da Terra, além de representarem um habitat para animais, como pinguins. Caso a extensão do gelo continue diminuindo dramaticamente até 2024, muito mais da costa antártica será exposta às ondas do oceano e ao clima marinho, resultando no aumento do nível do mar.

Via SBT News

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