A Livraria Saraiva, um ícone no mercado editorial brasileiro, tomou uma decisão drástica ao dispensar todos os seus colaboradores ativos na quarta-feira (20). Essa medida impactará não apenas a força de trabalho da empresa, mas também resultará no fechamento iminente de suas últimas cinco lojas físicas, localizadas em São Paulo (Shopping Aricanduva, Jundiaí, Novo Shopping e Sé) e Campo Grande (MS), a partir desta quinta-feira (21). O site da livraria, no entanto, deve permanecer em operação.

A informação foi publicada pelo site PublishNews, que obteve acesso a documentos internos e e-mails que revelam que o departamento de recursos humanos da Saraiva orientou diretores a encaminhar cartas de demissão aos colaboradores, com o objetivo de concluir os processos de demissão até a data mencionada. 

Uma Assembleia Geral Especial de Preferencialistas (AGESP) está programada para a sexta-feira (22), onde uma das principais discussões envolve a possível transformação das ações preferenciais em ações ordinárias, o que poderia transferir o controle da empresa dos atuais proprietários da família Saraiva para os principais acionistas preferenciais, incluindo algumas editoras.

A demissão dos funcionários, segundo relatos, ocorreu sem o pagamento das verbas rescisórias, uma situação que já vinha sendo observada nas dezenas de lojas fechadas nos últimos meses em diversos estados. Esse cenário contrasta com a reputação anterior da Saraiva, que era conhecida por cumprir rigorosamente seus compromissos trabalhistas.

A empresa deve emitir nos próximos dias comunicados ao mercado para fornecer informações adicionais sobre a situação. Além disso, entre os colaboradores da empresa, a expectativa é que o Juízo da recuperação judicial também tome alguma decisão relevante nos próximos dias, à medida que novas informações e comunicações da empresa surgirem.

A crise na Saraiva ganhou destaque esta semana com a renúncia de conselheiros, que fizeram duras acusações contra os controladores da empresa. Em comunicado divulgado na terça-feira (19), a Saraiva reconheceu que a recuperação judicial e o cenário econômico do varejo contribuíram para uma redução nas atividades da empresa, resultando em atrasos em pagamentos, incluindo o pagamento dos conselheiros, o que, por sua vez, pode levar a mais renúncias no futuro.

Fonte: SCC10

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