Médicos chineses encontraram pela primeira vez microplásticos no coração humano. A descoberta inédita e recente, feita através da aplicação de laser infravermelho e microscopia eletrônica durante cirurgias cardíacas, foi publicada na revista científica Environmental Science.

Os microplásticos são partículas minúsculas, com menos de 5 milímetros, eliminadas a partir de materiais plásticos comuns. A ciência já sabe que produtos químicos tóxicos utilizados na fabricação de plásticos podem afetar a saúde humana, causando alterações no desenvolvimento e funcionamento dos órgãos.

Entre os possíveis riscos para a saúde humana estão danos ao DNA e alterações na atividade genética, que, segundo estudos preliminares, poderiam desencadear doenças como diabetes, infertilidade, reações alérgicas e até câncer.

O cirurgião cardiovascular Leopoldo Moratelli Neto explica que quando o plástico possui uma medida menor do que 150 micrômetros, ou 0,15 milímetros, pode atingir a corrente sanguínea tanto por via pulmonar, quanto por via gastrointestinal.

Principais problemas dos microplásticos nos seres humanos

Moratelli Neto destaca como principais problemas dos microplásticos para os seres humanos, trombose, processos inflamatórios e até cânceres no futuro por acúmulo durante a vida.

“Os microplásticos poderiam causar principalmente o processo inflamatório, sobretudo no coração, e causar a trombose de uma artéria, por exemplo. Na corrente sanguínea, trombose e inflamações periféricas no cérebro e até cânceres por acúmulo durante a vida. É algo verdadeiro e uma preocupação que a gente tem que ter”, alerta.

Ele destaca que “medidas educativas são importantíssimas” e alerta para o cuidado na eliminação de gases que podem contaminar o meio-ambiente, e também os seres humanos.

“Hoje, o plástico está em todas as comidas e alimentos que utilizamos. Uma situação que temos de cuidar é onde há fábricas que têm eliminação de gases. Isso precisa ser controlado porque contamina o meio-ambiente e chega em nós”.

Microplásticos e as medidas a serem tomadas

O cirurgião cardiovascular indica que haja um “controle mais rigoroso do ponto de vista alimentar” e que se tente fugir o máximo possível da utilização dos plásticos.

Para o médico, o principal ponto a ser trabalhado é o educacional, em paralelo com um eficaz controle governamental no sentido de criar leis, aplicá-las e fiscalizá-las.

“O papel da conscientização pública é importantíssimo nessa redução. Vai depender de o povo se conscientizar e cobrar que o governo aumente a legislação. Há que se ter cuidado para que essa realidade não vire uma situação sem controle, tanto no que diz respeito à fabricação quanto ao uso indiscriminado”, finaliza.

Via: ND+

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