A chuva extrema que atingiu o Rio Grande do Sul, especialmente a Metade Norte, tinha como saldo 21 mortos nesta terça-feira. A grande maioria das vítimas foi encontrada no município de Muçum, no Vale do Taquari, a região do estado mais castigada pelas enchentes. A situação no vale é dramática com a maior cheia do Rio Taquari em mais de 80 anos.
Quinze corpos foram encontrados no município de Muçum na tarde desta terça. A informação foi divulgada pelo subchefe da Casa Militar, coronel Marcus Vinícius Gonçalves Oliveira, em entrevista coletiva. “Eram pessoas numa série de residências na mesma localidade naquela região”, disse. Município de 4,6 mil habitantes do Vale do Taquari, Muçum está com 85% de seu território debaixo d’água segundo moradores.
Das 21 mortes confirmadas até o momento no estado, uma vítima fatal era de Passo Fundo, uma de Mato Castelhano, uma de Ibiraiaras, uma de Lajeado, uma de Estrela, e 15 da cidade de Muçum. Há pessoas desaparecidas e o número de vítimas deve aumentar. Há o temor de que o saldo de mortos possa crescer significativamente à medida que muitas áreas seguem isoladas e incomunicáveis.
O número de mortos é o maior em um desastre natural no Rio Grande do Sul deste 1959, quando também no mês de setembro um episódio de chuva extrema com enchente repentina deixou mais de 90 mortos nos municípios de Passa Sete e Candelária, no Vale do Rio Pardo.
Até às 17h desta terça-feira, a Defesa Civil estadual contabilizou 67 municípios afetados. Até o momento, a Defesa Civil estima em 52.137 o número de pessoas afetadas em todo o Estado. Há 3.084 desalojados e 1.650 desabrigados.
A cheia do Rio Taquari é de proporções históricas nesta terça-feira e atingiu níveis que somente foram vistos uma vez desde o começo das medições no século 19. O nível medido em Estrela e informado pela Prefeitura da cidade chegou a 29,60 metros à tarde. A cota medida é a segunda maior já aferida na cidade.
O nível de 29,60 metros se aproximou do recorde oficial de 29,92 metros, da grande enchente no Rio Grande do Sul de maio de 1941. Superou no ranking das maiores cheias da histórias as marcas de 28,86 metros de abril de 1956 e de 27,55 metros da grande cheia de julho de 2020.
PREVISÃO DO TEMPO
O sol predomina no Rio Grande do Sul nesta quarta-feira, mas acompanhado de nuvens na maioria das regiões. Parte do estado, como a Grande Porto Alegre, terá céu claro na maior parte do dia. Maior nebulosidade no Oeste e no Sul. No fim do dia, à noite, o tempo começa a se instabilizar com chuva e trovoadas em pontos do Oeste, do Centro e do Sul gaúcho.
Na quinta, a formação de uma frente quente traz chuva forte com risco de temporais de raios, vento forte e granizo no Oeste, parte do Centro, no Sul e parte do Leste do estado. A frente vai na sequência se converter em frente fria e avançar pelo estado com chuva e temporais até o começo da sexta.
Via MetSul: https://metsul.com/enchente-historica-mais-de-20-mortos-e-milhares-de-desalojados/ .