Um professor investigado pelo desaparecimento de uma menina de 12 anos em Pomerode, no Vale do Itajaí, tentou despistar a polícia utilizando o celular da própria criança. É o que aponta a investigação da Polícia Civil, que teve detalhes divulgados na manhã desta segunda-feira (28), em uma coletiva de imprensa sobre o caso.

Um professor investigado pelo desaparecimento de uma menina de 12 anos em Pomerode, no Vale do Itajaí, tentou despistar a polícia utilizando o celular da própria criança. É o que aponta a investigação da Polícia Civil, que teve detalhes divulgados na manhã desta segunda-feira (28), em uma coletiva de imprensa sobre o caso.

Coletiva de imprensa divulgou informações sobre o caso do desaparecimento da menina em Pomerode – Foto: Franciele Cardoso/Reprodução/ND

O professor foi preso em abordagem policial às margens da BR-101, em Joinville, neste domingo (27). A menina foi encontrada na casa dele, no fundo falso de uma cama. Ela foi mantida em cárcere privado, mas não sofreu nenhum tipo de violência, segundo informações da Polícia Civil.

De acordo com a polícia, na tarde de sábado (26), o delegado esteve na casa do suspeito, que se demonstrou surpreso e disse que não via a menina desde sexta-feira (24). O pai também ligou para o professor no sábado de manhã pedindo ajuda. O professor disse que iria ajudá-lo, mas que não tinha informações do paradeiro dela, mesmo mantendo a jovem em casa, dentro do esconderijo.

Durante a madrugada daquele dia, a Polícia Civil foi até a casa da menina e pegou algumas peças de roupas para auxiliar nas buscas e facilitar no reconhecimento feito pelo cachorro da polícia.

Um mandado de busca e apreensão foi feito na casa do professor. Como não foi encontrado nenhum veículo e ninguém atendeu, os policiais arrombaram a porta e entraram na residência.

O cachorro identificou vestígios que a menina teria passado ou estaria na casa. Uma mochila com roupas da criança estava em cima da cama. Além disso, de acordo o delegado, um celular quebrado foi encontrado dentro da casa.

Mais tarde os policiais descobriram que o professor teria saído de casa. A placa do veículo foi identificada e em contato com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), foi possível constatar que ele estaria transitando na região de Joinville.

Na abordagem policial, o suspeito confessou que a menina estava na residência. Aos policiais, ele disse que cerrou pelo menos metade da cama para dar espaço, pedindo para que ela ficasse escondida até que ele retornasse para casa.

Celular foi presente do professor

Durante a investigação os policiais descobriram que a menina tinha um celular, presente do professor após os pais terem confiscado o seu durante as férias escolares. Assim, segundo o professor, os dois poderiam manter contato através das redes sociais.

Com medo de ser descoberto, já que o celular era de propriedade dele, o professor saiu de casa na manhã de domingo (27) e foi até a BR-470, sentido Navegantes. O celular foi ligado e próximo da região de Joinville, arremessado no rio.

“O objetivo dele era de fato dispensar esse telefone celular (…) Como a polícia no dia anterior foi até a residência e em tese, descobriu ele, desesperadamente ele acorda às 5h da manhã e foi sentido Litoral para despistar a polícia e se desfazer desse celular. Ele ligou esse celular, fez algumas atividades para dar sinal e eventualmente, despistar a polícia e dizer ‘olha o celular tá dando lá em Navegantes, não está aqui na minha casa’”, apontou o delegado Rodrigo Raitez.

Quando retornava para a residência em Pomerode, ele encontrou a casa rodeada de policiais. É neste momento que, segundo o delegado, ele decide retornar para a região de Joinville.

“Ele não sabia o que fazer, até pensou em ir para Curitiba, ficar no apartamento do filho, para pensar no que fazer, se ia se entregar, continuar foragido ou se iria para outro lugar, e foi nesse momento que ele não sabia o que fazer e estaria se deslocando para Curitiba, ele foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal e Guarda Municipal”.

O suspeito ainda confessou que queria morar junto com a jovem e que esperava uma aprovação em um concurso público para dar aula na rede pública de ensino do Paraná.

Professor continua preso

Preso em flagrante por estupro de vulnerável, cárcere e sequestro para fins libidinosos e fraude processual, o professor de 55 anos passará por audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (28).

Fonte: ND+

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