A emoção tomou conta do tribunal do júri do acusado pela chacina na creche em Saudades, no Oeste de Santa Catarina, na tarde desta quinta-feira (10). Com a voz embargada, o assistente de acusação, advogado Luiz Geraldo Gomes dos Santos, falou que em 28 anos de profissão, e mais de 150 júris, esse era um dos mais difíceis. “Vou fazer o mais difícil da minha carreira profissional”, afirmou.
Gomes iniciou o momento de réplica falando que é pai de uma menina de cinco anos e sentia muito pela chacina que vitimou três bebês e duas professoras, em maio de 2021.
Enquanto apresentava os argumentos, o assistente de acusação enfatizou que o Brasil espera por justiça. “O que o país inteiro quer é dizer: lá [no júri] se fez justiça: a pena máxima. Vamos dar exemplo para o Brasil”, acrescentou.
O assistente de acusação também apresentou vídeos das vítimas da chacina, momento em que o tribunal foi tomado por comoção e muitos choraram, inclusive os jurados.
O promotor de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, Bruno Poerschke Vieira, que apresentou a tese da acusação durante a manhã, retomou o uso da palavra durante a réplica para reforçar a tese do Ministério Público pela condenação do acusado.
Enquanto o assistente de acusação falava, o promotor estava sentado em sua frente bastante emocionado. Conforme a acusação, a adaga utilizada na chacina será destruída após a sentença do júri. “Esse mal que causou mal para as crianças será destruído”.
O promotor de Justiça Fabrício Nunes, que também atua na acusação, encerrou a réplica reforçando: “Façamos justiça!”.
Após o momento de réplica e tréplica, os jurados foram destinados ao momento de votação, em que respondem perguntas relacionadas ao julgamento. Previsão de retorno para o júri é de 3 horas.
Fonte: ND+