O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, declarou estado de emergência zoossanitária no estado por causa da gripe aviária. A informação foi publicada no Diário Oficial estadual desta quinta-feira (20).

O decreto vale por 180 dias. O governo do estado esclareceu que o documento acompanha uma ação nacional.

O estado de emergência zoossanitária foi declarado por causa da detecção do vírus da Influenza Aviária H5N1 de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves em Santa Catarina, conforme escrito no Diário Oficial.

Ação nacional

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 22 de maio.

O ministério disse que, para que as medidas de enfrentamento à gripe aviária sejam efetivadas, é necessário que os estados também adotem medidas semelhantes, reforçando o alerta mesmo nas localidades onde não há qualquer registro de foco de gripe aviária.

O estado de emergência já declarado pelo Mapa possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais – nas três instâncias: federal, estadual e municipal – e não governamentais.

Contudo, o ministério orientou que os estados e municípios precisam adotar medidas semelhantes para acessar e disponibilizar os recursos a serem aplicados nas ações necessárias, tais como assegurar a força de trabalho, logística, recursos materiais e tecnológicos para a contenção da gripe aviária.

O primeiro caso de gripe aviária no Brasil foi confirmado no dia 15 de maio. Atualmente, são 67 casos, conforme o Mapa.

Casos de gripe aviária em SC

Santa Catarina registrou o primeiro caso de gripe aviária da história do estado em 27 de junho. O vírus, conforme a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (Cidasc), foi identificado em uma ave silvestre da espécie Trinta-Réis-Real.

Em 15 de julho, Santa Catarina identificou o primeiro caso de Influenza Aviária em uma criação de subsistência. O registro foi feito em Maracajá, no Sul do estado.

Quais os riscos?

Em nota, a ABPA, a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne-SC) informaram que todos os protocolos de biosseguridade seguem elevados e que tem apoiado o trabalho do Ministério da Agricultura e Pecuária, juntamente com a Secretaria de Agricultura da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, no monitoramento dos casos.

“A ABPA, a ACAV e o Sindicarne-SC lembram que não há qualquer risco no consumo dos produtos, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO-ONU) e todos os órgãos internacionais de saúde humana e animal”, diz o comunicado.

A OMS diz que cozinhar frango a 70ºC ou mais, sem deixar partes cruas ou vermelhas, é uma medida segura para matar o vírus H5N1.

A Organização Mundial da Saúde esclareceu que a forma mais comum de o vírus entrar em algum território é através de aves selvagens migratórias. Para a transmissão entre aves e humanos, é preciso contato direto ou indireto com animais infectados ou com ambientes e superfícies contaminadas com fezes.

A manipulação de carcaças contaminadas e a preparação da carne para o consumo, especialmente em situações domésticas, também pode ser um risco.

O que diz o governo de SC

Assim que recebeu a confirmação de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), a Secretaria de Estado da Agricultura adotou medidas sanitárias com base nos protocolos internacionais e erradicou o foco.

Também foram intensificadas as ações educação sanitária, de vigilância e investigação epidemiológica nas propriedades rurais na região, informou o governo estadual.

Recomendações

Com o alerta, a Companhia de Desenvolvimento Agrícola do estado (Cidasc) recomenda que seja comunicada imediata caso aves de qualquer espécie sejam observadas com sinais clínicos de Influenza Aviária, que contemplam:

  • sinais respiratórios e neurológicos, tais como dificuldade respiratória;
  • andar cambaleante;
  • torcicolo ou girando em seu próprio eixo;
  • mortalidade alta e súbita.

A Cidasc afirma ainda que “aves silvestres mortas ou com sinais clínicos da doença não devem ser manipuladas”, e que “não há evidências de que o consumo de carne de aves ou de ovos ofereça risco à saúde humana.

A comunicação pode ser realizada utilizando o sistema e-Sisbravet no link: bit.ly/notificarcidasc ou bit.ly/SISBRAVET, ou ainda, diretamente em um escritório local da Cidasc.

Informações de G1SC

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