Um grupo apontado por praticar estupro virtual e induzir adolescentes a automutilação e outros crimes na internet foi alvo de uma operação do CyberGaeco de Santa Catarina nesta sexta-feira (21). Na ação, dois adolescentes foram apreendidos e cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos no estado catarinense, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Piauí.

Além de equipamentos eletrônicos apreendidos nesta sexta, as autoridades também encontraram material de apologia ao nazismo com os suspeitos. Até o momento 10 vítimas foram identificadas.

No entanto, segundo o coordenador do CyberGaeco catarinense, Diego Barbieri, há possibilidade de que novas vítimas sejam identificadas a partir das análises dos materiais apreendidos.

Entre os alvos dos mandados de busca há uma adolescente de Biguaçu, na Grande Florianópolis. Inicialmente a suspeita era de que ela também cometia os crimes. No entanto, a investigação revelou que a jovem era vítima de extorsão sexual e se encontrava em uma “realidade de submissão decorrente disto”.

“Ela era subjugada a praticar os atos por estar sob domínio psicológico, mas a gente ainda tem que avançar na análise do que foi apreendido na casa dela para refutar totalmente a possibilidade dela ser autora. Em um primeiro momento, a gente trata ela como vítima”, disse o promotor Barbieri.

Um dos adolescentes, 13 anos, foi apreendido no Piauí. O outro, que não teve a idade informada, estava no Mato Grosso. Além disso, as ações ocorrem em Macaé (RJ).

Estupro virtual

Além de apologia ao nazismo e incitação a outros crimes, os alvos também são apontados por cometer estupro virtual. O termo ainda não está na legislação, mas ocorre no meio digital. Segundo o promotor, a vítima identificada em Santa Catarina também teria sido vítima do crime.

“Uma figura que ainda não é criada juridicamente ainda como crime, mas tem muita discussão que é o estupro virtual. Que é você ser coagida a atentar contra a sua própria liberdade para satisfazer o interesse sexual alheio por meio da rede de computadores”, afirmou o promotor.

Investigação

Operação Pessinus teve início após o CyberGaeco do Ministério Público de Santa Catarina identificar perfis em redes sociais com a intenção de cometer crimes, como estupros e mutilações, massacres em escolas, além do enaltecimento a símbolos ligados ao nazismo.

O adolescente apreendido no Piauí é apontado por ameaçar sequestrar, estuprar e matar uma das vítimas. Ele realizava diversas violências sexuais por meios virtuais e também exigia que a ex-namorada realizasse automutilação em frente às câmeras.

Fonte: G1SC

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