A cidade de Campinas, no interior de São Paulo, registra um surto de febre maculosa. Os casos foram registrados na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, região leste da cidade, área com risco de transmissão da doença.

Em anúncio à imprensa, a prefeitura de Campinas atualizou a situação da doença. Até o momento, foram registrados cinco casos, sendo três confirmados e dois suspeitos. Do total, quatro pessoas morreram e uma permanece internada.

Os três óbitos confirmados pelo Instituto Adolfo Lutz para febre maculosa são da dentista Mariana Giordano, de 36 anos, do piloto de automobilismo Douglas Costa, de 42 anos, namorado de Mariana, e de uma mulher de 28 anos, de Hortolândia. Os três morreram no dia 8 de junho.

O quarto óbito, ainda em investigação, é de uma adolescente de 16 anos, que estava internada em Campinas. Ela morreu na noite de terça-feira (13). De acordo com a prefeitura, as quatro pessoas estiveram na Fazenda Santa Margarida no dia 27 de maio.

A paciente internada com suspeita da doença é uma mulher de 38 anos, de Campinas, que esteve em evento no local no dia 3 de junho e apresentou início de sintomas no dia 10.

Segundo a prefeitura, além destas ocorrências, há outros dois casos confirmados em Campinas este ano. As duas pessoas morreram e os casos não estão relacionados ao surto da Fazenda Santa Margarida.

A prefeitura de Campinas anunciou um conjunto de medidas de enfrentamento à febre maculosa. A região de Campinas é endêmica para a febre maculosa, com o maior registro de casos no Brasil.

“Estamos fazendo um grande esforço, reunindo diversas áreas da prefeitura e representantes da Saúde pública e privada, para minimizar cada vez mais o risco da febre maculosa. A doença tem sintomas muito parecidos com outras enfermidades, como dengue, por exemplo. Por isso a importância de comunicarmos os riscos, os sintomas e orientar as pessoas a informarem os médicos de que estiveram em áreas verdes”, afirmou o prefeito Dário Saadi.

No final da manhã, houve uma reunião entre Prefeitura e serviços de saúde públicos e privados do município. De acordo com a prefeitura, será publicado um decreto nos próximos dias com regras para estabelecimentos que realizam eventos para grandes públicos e que ficam em áreas de risco ou com presença do carrapato-estrela.

A partir desta quarta-feira (14), passa a valer uma determinação do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) para que toda área de risco para a febre maculosa tenha informações sobre a doença, com cartazes, faixas, placas e outros dispositivos de comunicação do risco.

Segundo a prefeitura, a Fazenda Santa Margarida só poderá fazer novos eventos quando apresentar um plano de contingência ambiental e de comunicação. Além disso, os responsáveis pelo local foram notificados sobre a importância da sinalização quanto ao risco da febre maculosa.

A febre maculosa brasileira, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii é a doença transmitida por carrapatos de maior importância no país, sendo endêmica na região Sudeste, onde as taxas de letalidade passam de 50%, de acordo com o Ministério da Saúde.

No contexto da epidemiologia, o termo “endemia” descreve a presença constante ou habitual de uma doença, ou agente causador de infecção em determinada população dentro de uma área geográfica.

Causada por bactérias do gênero Rickettsia, a febre maculosa é uma infecção que pode levar à inflamação de vasos sanguíneos, com quadros que podem ser leves a graves. A variada apresentação clínica, com sinais e sintomas inespecíficos parecidos com o de muitas outras doenças, pode levar a um atraso no diagnóstico, aumentando os riscos de morte.

No Brasil, a febre maculosa foi reconhecida pela primeira vez em 1929 e observada inicialmente nos estados de São Paulo e de Minas Gerais, principalmente em regiões rurais, de acordo com o Ministério da Saúde. Posteriormente, houve relatos de casos nos estados no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Em 2001, a infecção foi incluída na lista das doenças de notificação compulsória no país.

Fonte: CNN Brasil

ntcgroup