Somente na primeira semana de 2023 já foram identificados cerca de 400 casos de virose em Unidades de Pronto Atendimento da Capital; Casan se manifesta sobre dados

O aumento dos casos de virose nesta temporada de verão em Florianópolis acendeu o alerta da Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) para uma possível relação com a balneabilidade das praias da Ilha. O órgão informou que somente na primeira semana de 2023 já foram identificados quase 400 casos nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da Capital.

A Dive está investigando o fator causador do aumento considerável no número de casos. Em 2020, a primeira semana do ano fechou com pouco mais de 200 casos, quase metade dos casos em comparação a este ano.

O órgão reitera que “não existe nada que prove a relação das viroses com os pontos impróprios nas praias” e que apesar de o número estar acima da série histórica, ainda se mantém “dentro do limite de alerta”.

Balneabilidade em Florianópolis

De acordo com o relatório divulgado pelo IMA (Instituto do Meio Ambiente) na segunda-feira (2), Florianópolis tem mais da metade dos pontos de coleta impróprios para banho. Dos 87, 53 não estão em condições para receber banhistas.

A causa para aumento expressivo de pontos impróprios seriam as chuvas torrenciais que atingiram o município nas últimas semanas, segundo informa o gerente de Laboratório e Medições Ambientais Marlon Daniel da Silva.

“Sendo impossível controlar ou conter as precipitações, seus danos e prejuízos, orientamos que seja evitado o banho por no mínimo 24/48 horas após as chuvas, em especial em locais próximos ao deságue de tubulações, valas, riachos ou rios, bem como, em locais com águas estagnadas”, afirmou.

Segundo a Dive, a orientação para prevenção de viroses é “cuidar da alimentação, verificar se os alimentos estão bem acondicionados e na temperatura correta, inclusive garrafinhas de água. Se estão em recipientes limpos e com gelo adequado. Cuidar com o sol e o calor, que também podem causar problemas. Todo cuidado é pouco”, explica.

Balneabilidade e Saneamento

A Casan  se manifestou sobre a questão da balneabilidade. A companhia explica que o que afeta a análise é o esgoto lançado na rede de drenagem que vai parar nas praias. A rede de drenagem, por sua vez, é fiscalizada pela Vigilância Sanitária.

“A rede de esgoto da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) é encaminhada para uma Estação de Tratamento. Então, essa rede não se comunica com a drenagem pluvial, que é a que leva a água da chuva para o mar”, explica o assessor Fabiano Marques.

“O que a Companhia pode garantir é que diariamente suas equipes trabalham para que a infraestrutura de saneamento seja operada de forma adequada, ao mesmo tempo que busca de forma incessante investimento para ampliar as redes de coleta e as unidades de tratamento na Capital”, expressa por meio de nota.

A Casan ainda destaca os dois programas elaborados pela empresa: Floripa Se Liga na Rede e Trato Pelo Capivari. “[Os programas] demonstram como as ligações à rede coletora são ainda deficientes, assim como ainda é uma realidade a ligação de esgoto clandestino nas redes de drenagem. São dados que demonstram que o saneamento e a conservação ambiental são ações que precisam ser compartilhadas”.

ntcgroup